terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vale por um dia, por Beth Valentim

Eu queria ter o vale por um dia para abraçar o mundo. Nem consigo arrumar os pensamentos que chegam aos borbotões para priorizar os distintos. Mas vou tentar ser menos princesa e mais racional, ufa que dificuldade para entender que itens seriam os melhores para viver se eu ganhasse o tal vale.


Eu teria um espelho mágico e perguntaria: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais feliz do que eu?” Ele soltaria fumaça brilhante e me envolveria de sensações extraordinárias. Uma delas seria aquecer o meu coração que se achando tão espetacular expressaria todos os sentimentos maravilhosos que já vivi: delicia, gostosura, tentação, liberdade, provocação, sedução, garra, e por aí vai.
Depois olharia para a minha cama com lençóis de seda e nela estaria uma caixa belíssima com o laço prateado. Ao abrir veria o vestido mais lindo que já existiu - Brilhos de estrelas de verdade e transparências sedutoras. Antes da meia noite eu dançaria a valsa no meio da praça com um enorme chafariz iluminado e todos aplaudiriam porque consegui ser uma mulher importante.

Em minha vida estariam alguns detalhes resolvidos: O amor desajeitado. A promoção no trabalho, o melhor bônus do ano. Chegaria um mensageiro com o envelope com duas passagens para qualquer lugar do mundo. Eu poderia escolher quem quisesse para me acompanhar. Encontraria no armário uma maleta tipo “faz tudo” e com itens que me salvariam de qualquer perigo. Rede para apanhar homem idiota, carteira mágica que multiplica vouchers que me dariam a chance de colocar os pezinhos em desafios. Pílula contra os medos, botas “sete léguas” para trilhar caminhos com velocidade. Óculos com lentes que aumentam as possibilidades em acertar. Entre muitas outras espetaculares oportunidades.

Com um vale por um dia eu reveria uma pessoa importante em minha vida sem medo de sofrer. Beijaria sua boca, teria uma noite de amor inesquecível e ele falaria tudo que uma mulher gosta de escutar. Depois sairia pela porta que me levasse ao céu e sentaria em nuvens cristalinas para sonhar com os momentos felizes que tive - Não preciso mais temer, sofrer ou ficar olhando o celular para ver se o tal telefonaria no dia seguinte, se seria rejeitada, enfim, esqueceria por um dia os detalhes femininos que subornam as delicias da objetividade.

Pediria perdão pelas palavras duras que já lancei nos ouvidos de pessoas queridas. Ai que bom, elas aceitariam. Sairia por aí distribuindo moedas de amizade a quem precisa e um braço - O afeto que faz falta quando se sofre.

Pediria a varinha de condão para ir até o chefe lá de cima dizer que não quero mais ter culpas pelo que faço. Que desejo ser livre e ter atitudes nobres. Ter o coração liberto como adolescente e a sabedoria da mulher adulta, confiante e sagaz o suficiente para não mais se machucar.
Com esse vale por um dia eu inventaria uma loja para comprar seios empinados, o creme que excluísse os centímetros a mais na cintura e o liquido na face para que pudesse muito mais expressar o sorriso do que chorar.

Na porta de minha casa estaria uma carruagem de prata e nela o ELE tão sonhado. Depois viraria abóbora, não eu ou a carruagem, mas ele porque seu tempo passou e a fila anda. Curtição com tempo marcado como naquele conto de fada.

Encheria as amigas com presentes. O mundo de coisas boas e a humanidade com espíritos delicados. Se eu tivesse o vale por um dia ficaria com o sorriso aberto para fazer as pessoas se sentirem bem ao meu lado. Pediria para jamais julgar alguém. Afastaria a mágoa para sempre. Depois de tudo, quando o tempo chegasse ao fim, brindaria com champanhe e dormira em paz porque consegui receber o presente de ter sido especial por um dia. Que delicia poder sonhar. Foi o que fiz.
Preencha o texto da vida com idéias espetaculares. Por que se achar doida por isso? Com certeza podemos confeccionar esse tipo de “vale”. É possível ganhar. É só saber jogar e aposto todas as fichas nas mulheres capazes de jamais deixarem cancelas imaginárias definirem seu destino. Nem pensar, querida, ele é infinito para nós.

Twitter: @bethvalentim

Facebook: BethValentim



Fonte:http://blog.bolsademulher.com/BethValentim/2010/09/14/valeporumdia/#more-267
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que a gente ama?


É impossível o ser humano não amar. Pode se amar pessoas, animais, objetos, poder. O que se percebe é que quando acabamos uma relação com uma pessoa, por exemplo, depois de um tempo seguimos em frente, damos valor a outras coisas.
Redirecionamos nosso sentimento para outro "alvo". Em nenhum momento deixamos de amar. O sentimento ainda continua em nós, ele não morre. Se ama a vida, os amigos, a família, o trabalho, o dinheiro... mas se ama!
Nós amamos tudo que nos faz bem, nos faz sentir melhor, a gente se apega. Então diferente do pensamento tradicional dos que já desiludiram, não fale "nunca mais vou amar", e sim "vou direcionar o meu amor para o que merece".


Imagem:http://meucantinho-lia.blogspot.com/2009/01/o-amor-deveria-perdoar-todos-os-pecados.html